Luiz da Costa Nepomuceno Filho – Coordenador do Diagnóstico Precoce – CRBM2: 11928 | CRF/RN: 6776

O diagnóstico precoce de doenças graves, como o câncer infantojuvenil, exige uma abordagem abrangente e integrada, envolvendo diversos setores da sociedade. Entre esses, destacam-se os campos da saúde, da educação e da assistência social, que desempenham papéis complementares e indispensáveis para a identificação e o encaminhamento precoce de sinais e sintomas.
Essa integração é fundamental para reduzir o tempo entre o surgimento dos primeiros indícios da doença e o início do tratamento, aumentando significativamente as chances de cura e melhorando a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias (Brasil, 2014).
Os profissionais como médicos, enfermeiros e agentes comunitários são frequentemente os primeiros a identificar possíveis sinais de alerta. Capacitações específicas sobre sintomas comuns em doenças infantojuvenis graves, protocolos de encaminhamento e o uso de tecnologias diagnósticas avançadas são cruciais para agilizar o processo. Além disso, a criação de redes de atenção integrada facilita o acesso a exames e consultas especializadas (Matos, 2017).
Os professores e outros profissionais escolares podem identificar mudanças comportamentais, dificuldades motoras ou cognitivas, e alterações físicas que, muitas vezes, podem ser os primeiros indícios de problemas de saúde. Sensibilizações e treinamentos voltados para esses profissionais os capacitam a reconhecer sinais de alerta e a comunicar às famílias sobre a necessidade de buscar atendimento médico especializado (Silva, et al., 2023).
O setor de assistência social atua como um elo entre as famílias, as escolas e os serviços de saúde, especialmente em comunidades mais vulneráveis. Assistentes sociais têm o papel de identificar barreiras sociais e econômicas que possam dificultar o acesso ao diagnóstico e ao tratamento, como falta de transporte, insegurança alimentar ou desconhecimento dos direitos de saúde. Por meio de articulações comunitárias e do suporte às famílias, garantem que o encaminhamento para o atendimento especializado ocorra de forma ágil e eficiente (Saboia, 2019).
A integração entre saúde, educação e assistência social promove uma visão holística do paciente, considerando não apenas os aspectos médicos, mas também os fatores sociais, emocionais e educacionais que impactam a vida das crianças e de suas famílias. Essa abordagem reduz lacunas no cuidado, otimiza recursos e amplia o alcance das ações preventivas e de diagnóstico precoce (Trainoti, et al., 2012).