por Agecom/UFRN

Espécies de camarões podem ser muito semelhantes, a ponto de confundir pesquisadores. Essa semelhança é ainda mais problemática quando as espécies não ocorrem juntas naturalmente (uma é do Atlântico e a outra do Pacífico), o que dificulta o monitoramento de espécies exóticas.
Porém, uma pesquisa do Laboratório de Biologia, Ecologia e Evolução de Crustáceos, vinculado ao Centro de Biociências (Labeec/CB), identificou maneiras de distinguir duas espécies de camarões de grande importância econômica na costa atlântica das Américas.
Uma das espécies, Penaeus schmitti, é nativa da costa brasileira, e a outra, a exótica Penaeus vannamei, é natural do Oceano Pacífico, mas amplamente cultivada no Nordeste brasileiro. Os pesquisadores do Labeec observaram e descreveram a morfologia das características sexuais secundárias dos camarões, com o objetivo de diferenciá-las, já que as espécies são semelhantes.
De acordo com Alex Moraes, pesquisador do Labeec, o intuito era diferenciar as espécies para monitorar o possível processo de estabelecimento da P. vannamei na costa atlântica, já que a espécie vem sendo registrada com mais frequência em ambientes naturais junto à P. schmitti. “P. vannamei é uma espécie de grande interesse econômico, sendo cultivada em toda a costa brasileira, especialmente na costa do RN”, explica Alex. “É o camarão que todo mundo compra nos mercados e consome nos restaurantes”, destaca.
Com a ajuda de um barco de pesca artesanal, a equipe coletou exemplares de P. schmitti em Baía Formosa e adquiriu P. vannamei de fazendas de carcinicultura. Foram analisados animais de diferentes tamanhos, para que fossem comparadas as características sexuais secundárias de cada estágio de desenvolvimento.
Foi concluído que essas estruturas são eficazes na distinção das duas espécies nos diferentes estágios de desenvolvimento. Assim, a pesquisa é essencial para facilitar a identificação do P. vannamei, representando um passo crucial para avaliar o processo de estabelecimento do animal e permitindo o monitoramento da propagação do camarão exótico na costa atlântica.
Fonte: UFRN