Brasília se prepara para receber Marcha Nacional das Mulheres Negras

Agência Brasil

Brasília já está em marcha. Na próxima terça-feira (25), mulheres negras de todo o país marcharão na capital do país por Reparação e Bem Viver. Um dia gestado há, pelo menos dez anos, quando aconteceu a Primeira Marcha Nacional das Mulheres Negras.

“Foi um marco histórico, considerando que foi a primeira marcha”, afirma a jornalista e militante do movimento negro, Jacira Silva.

Naquele ano, cerca de 50 mil mulheres marcharam na Esplanada dos Ministérios sob o tema Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver. Mulheres que vieram de várias partes do Brasil e que são esperadas, novamente, para ocupar as ruas da capital federal.

E por que as mulheres negras ainda marcham? Segundo as organizadoras do evento, ainda é preciso se mobilizar contra o racismo e o sexismo que marginalizam as mulheres negras.

Dados do Ministério da Igualdade Racial revelam que elas são o maior grupo populacional do Brasil. São cerca de 11,3 milhões de mulheres pretas e 49,3 milhões de pardas, totalizando 28% da população total.

Ser o grupo mais populoso de uma nação não significa proteção em relação a violências estruturais do nosso país. Historicamente, as mulheres negras acumulam os piores índices sociais.

Em 2022, por exemplo, sete anos após a primeira marcha nacional, a taxa de analfabetismo entre as mulheres negras era de 6,9%, o dobro da taxa de mulheres brancas (3,4%).

Elas marcham também pelos direitos dos povos tradicionais, pela preservação dos recursos naturais e de toda biodiversidade brasileira; por reparação histórica pelas dores geradas pela escravização; por um Estado que garanta os direitos de todas as pessoas; e por um modelo econômico sustentável e pelo Bem Viver.

Fonte: Agência Brasil

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