Especial UFRN – Pesquisa busca alternativas para desafios territoriais com eólicas
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Estudo avalia a forma como a transição energética tem ocupado territórios já utilizados por populações tradicionais - Foto: Cícero Oliveira - Agecom/UFRN

COP30 – Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) irá analisar os impactos da instalação e expansão de parques eólicos (onshore e offshore) na paisagem e na vida das comunidades tradicionais pesqueiras do litoral norte potiguar.

O estudo avalia a forma como a transição energética tem ocupado territórios já utilizados por populações tradicionais e busca alternativas para a questão.

Intitulado Cartografia Social e Energia Eólica: Perspectivas Participativas sobre as Transformações Territoriais em Comunidades Tradicionais no Litoral Norte Potiguar, o projeto abrange seis municípios do Rio Grande do Norte (RN): Touros, São Miguel do Gostoso, Pedra Grande, São Bento do Norte, Caiçara do Norte e Galinhos.

A iniciativa é vinculada ao Grupo de Pesquisa em Geoecologia das Paisagens, Educação Ambiental e Cartografia Social (Geopec/UFRN), liderado por Juliana Felipe Farias, docente dos Programas de Pós-Graduação em Geografia (PPGE/UFRN) e do Mestrado Profissional em Geografia (Geoprof/UFRN).

Mapeamento participativo realizado em Baía Formosa (RN), em 2023 – Foto: Larícia Gomes

Juliana reconhece a necessidade da energia eólica para o desenvolvimento sustentável e o enfrentamento às mudanças climáticas, destacando seus impactos positivos, como melhorias em infraestrutura e a geração de empregos. Contudo, a pesquisadora alerta para os impactos negativos quando as áreas de instalação coincidem com territórios tradicionais.

​“É muito comum comunidades pesqueiras terem suas áreas afetadas pelas instalações das eólicas, seja pela perda de território, barulho das torres ou alteração de fluxo migratório de aves, por exemplo”, explica.

Um dos principais objetivos do estudo é entender em que medida é possível a conciliação entre o uso tradicional do território e a geração de energia de forma justa, participativa e democrática. “A pesquisa visa montar uma estratégia de como as atividades tradicionais e essas energias alternativas podem coexistir em um mesmo território de forma ambientalmente justa”, afirma a coordenadora.

Para alcançar o objetivo, o projeto combina a Cartografia Social e a Geoecologia das Paisagens. Essa abordagem integrada busca construir um diagnóstico territorial participativo, por meio de ​levantamento de dados ambientais, socioeconômicos e cartográficos, além da realização de oficinas de mapeamento participativo com as comunidades pesqueiras.

A Geoecologia das Paisagens permite à equipe da UFRN compreender o funcionamento dos sistemas ambientais da região. Em seguida, a Cartografia Social é usada como ferramenta para o empoderamento dos moradores locais.

“Nós explicamos para eles sobre esse tipo de energia, os impactos para o desenvolvimento de suas atividades e de que forma eles podem se articular para mostrar que eles são donos do território e que precisam dele para o desenvolvimento de suas atividades”, assinala Juliana.

O projeto também possui valor formativo, envolvendo estudantes de graduação e pós-graduação em todas as etapas de campo e análise. Uma das alunas envolvidas no projeto é Larícia Gomes, doutoranda do PPGE/UFRN. Ela se aprofunda no tema da Cartografia Social desde o mestrado. Nessa nova oportunidade de pesquisa, ela amplia a escala de análise e inclui na perspectiva a energia eólica onshore e offshore.

Entre os principais temas abordados na conferência, estão a redução de emissões de gases de efeito estufa, a adaptação às mudanças climáticas e as tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono. LEIA NO PORTAL UFRN

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