Uma servidora do Centro de Esterilização de Equipamentos Respiratórios do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, sofreu lesão na retina e queimadura química na córnea após contato com vapores do produto Bacterend OX, utilizado no setor como substituto do hipoclorito de sódio (água sanitária).
O produto contém ácido peracético, substância de alto poder corrosivo, que pode causar queimaduras severas e danos permanentes à visão, conforme alertas de segurança disponíveis na própria bula e em bases de dados públicas.
O acidente aconteceu durante o expediente, quando a trabalhadora foi exposta aos vapores do produto, um desinfetante classificado como “de uso exclusivamente profissional”. O laudo médico emitido pelo Hospital Walfredo Gurgel confirma o diagnóstico de “queimadura da córnea e saco conjuntival” e relata dor intensa e diminuição da acuidade visual após o contato.
O caso é ainda mais grave porque, conforme relatos dos próprios trabalhadores (as), a coordenação do setor foi alertada previamente sobre o risco do uso desse produto, mas mesmo assim decidiu seguir com o teste. Uma mensagem interna obtida pelo Sindsaúde/RN mostra que a chefia do Centro de Esterilização informou aos servidores que o Bacterend OX seria testado no local e pediu apenas que comunicassem “caso ocorresse alguma reação ao produto, mesmo com EPIs adequados”.
Além do risco aos trabalhadores (as), há preocupação de que os equipamentos esterilizados com o produto retornem ao uso hospitalar, podendo colocar pacientes em risco de inalação ou contato com resíduos tóxicos.
Fonte: Sindsaude RN

