
Em recente fala na sessão da Câmara Municipal de João Câmara, o vereador Flávio Sami, conhecido como “o advogado do povo”, usou a tribuna para levantar um tema polêmico, mas necessário: a troca de lado político por interesses pessoais, econômicos ou meramente convenientes.
De forma direta, Flávio apontou sua crítica a políticos que, segundo ele, mudam de posição conforme o vento sopra – em busca de cargos, benefícios ou favores. “Política se faz com princípios e respeito, não com troca de favores anti-republicanos ou interesses escusos”, declarou. E completou com uma frase que chamou atenção: “Não confunda coerência com submissão. Meu compromisso segue sendo com o povo e com a verdade.”
A fala não passou despercebida. O vereador Amistrong Bezerra respondeu de imediato, dizendo que ele próprio já havia mudado de lado – mas por motivos que, segundo ele, são legítimos. “Sim, mudei. Mas não por vantagens financeiras ou pessoais. Não mudei por cargos compartilhados entre parentes, ou benefícios particulares. Minha mudança foi por questões políticas e, principalmente, por falta de consideração e respeito por parte de algumas lideranças de sistemas políticos de nossa cidade”, explicou.
O episódio escancara uma realidade muitas vezes vista nos bastidores da política local: o jogo de interesses, as decepções internas e as disputas por espaço e respeito dentro dos grupos políticos.
Por trás das falas públicas, o que se percebe é uma tentativa de marcar território moral e ético diante do eleitorado. De um lado, a defesa da coerência e da fidelidade a princípios. Do outro, a justificativa de que mudar de lado nem sempre é traição – pode ser também uma resposta à falta de ética e respeito dentro de certos grupos.